07/10/2021 . Notícia
Desde 1986, o Programa de Vocação Científica (Provoc), iniciativa da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), aproxima alunos da rede de Ensino Médio da cidade do Rio de Janeiro à rotina de pesquisadores. Por meio da iniciação científica, os participantes interagem com doutores e mestrandos da área da saúde, que atuam como orientadores e co-orientadores.
Em 2024, dois integrantes da equipe da Plataforma de Ciência de Dados aplicada à Saúde (PCDaS) farão parte deste time. Marcel Pedroso, pesquisador e coordenador da Plataforma, e Balthazar Paixão, pesquisador em engenharia de dados, vão orientar Ana Clara de Souza Cabral, estudante do bairro da Maré.
Ex-aluno agora é membro da PCDaS e co-orientador
Para Balthazar, a experiência será muito especial. É sua primeira vez como co-orientador do Provoc, mas, para ele, o programa já é um velho conhecido. Quando era estudante no Ensino Médio, participou da iniciação científica e foi orientado por Marcel.
“O Provoc e a orientação do Marcel têm total influência no que sou hoje: engenheiro de dados, mestrando e integrante da PCDaS”, diz Balthazar. “Quando penso que serei um co-orientador do programa, fico refletindo sobre essa importância. Vou orientar uma pessoa que está no Ensino Médio, um momento em que o aluno pode estar confuso e sem certeza do caminho que deve seguir”.
No programa, coordenado por docentes da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV), os alunos entram em contato com conhecimentos técnicos e científicos a partir da experimentação de práticas de pesquisa. Assim, podem se familiarizar com a rotina de um pesquisador da área da saúde.
“Essa experiência me deu muita estrutura. Cheguei na faculdade, por exemplo, já com muitos conhecimentos de dados e programação”, lembra Balthazar. “É possível que o participante não se identifique com o mundo da pesquisa, mas entender como esse universo funciona pode ajudar a tomar decisões em um momento delicado de sua formação e de sua vida”.
Balthazar lembra que o Provoc acontece durante a adolescência e o Ensino Médio, um período muitas vezes conturbado, às vésperas dos vestibulares, quando os estudantes precisam fazer escolhas importantes. “O Provoc ajuda o aluno a entender o que ele quer. Mas mais do que isso, a coordenação do programa tem um papel fundamental nesse processo, que eu chamaria de ‘orientação de vida’. É um trabalho humanizado, que acolhe o estudante”.
PCDaS como objeto da pesquisa
Ana Clara terá a própria PCDaS como objeto de pesquisa. Para Balthazar, será possível mostrar como a Plataforma funciona e abordar aspectos da engenharia e análise de dados. “A área da saúde é muito ampla. O projeto não precisará, necessariamente, ficar fechado em um tema. Haverá espaço para crescer”, diz. “Para completar, além de mim e do Marcel há uma equipe completa que Ana Clara poderá contar”.
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