12/05/2023 . Notícia
Os integrantes do projeto Observatório Obstétrico Brasileiro (OOBr), apoiados pela Plataforma de Ciência de Dados aplicada à Saúde (PCDaS) ao longo de seus trabalhos desenvolvidos nos últimos dois anos, finalizaram a parceria fazendo um balanço bastante positivo de suas atividades.
Em pouco tempo, a iniciativa desenvolveu importantes pesquisas na área da saúde materno-infantil e obstétrica, produzindo artigos, painéis de visualização de dados e indicadores e um livro, além de marcar presença em seminários e conferências. Isso chamou a atenção de pesquisadores, jornalistas e gestores.
“Esta foi uma das percepções que tivemos noano de 2022: que o OOBr está se tornando a primeira referência para informações sobre gestantes e puérperas”, diz Agatha Rodrigues, professora do Departamento de Estatística da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) e coordenadora do projeto. “Recebemos ao longo do ano muitos contatos de jornalistas que buscavam dados ou análises sobre o tema”.
Outra forma de reconhecimento foi o prêmio Anna Nery da Saúde, concedido pela Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), que elogiou o Observatório pela “defesa do sistema de Saúde, incluindo o direito da gestante ao parto humanizado e sem violência obstétrica, no Estado do Rio de Janeiro”.
Entregue em maio de 2022, o prêmio reconheceu particularmente a atuação do Observatório na melhoria do atendimento a gestantes e puérperas no Rio de Janeiro durante a pandemia da COVID-19. Um exemplo de contribuição foi a geração e análise de dados que fortaleceram a posição de que esta população deveria ter prioridade para ser vacinada.
Foi exatamente este aspecto, a atuação durante a pandemia, que a princípio destacou o projeto.
Reconhecimento pela atuação durante a pandemia
Um dos produtos desenvolvidos ainda em 2021, um painel sobre gestantes e puérperas notificadas com Síndrome Respiratória Aguda Grave durante a pandemia do Covid-19, foi o primeiro grande destaque do OOBr. “O projeto até chegou a ficar conhecido como ‘Observatório Obstétrico Covid-19’”, lembra Agatha, “mas este painel era uma das nossas várias frentes”.
Foi traçado como objetivo para 2022, então, aproveitar a visibilidade gerada para divulgar as outras frentes, que trabalhavam não só com dados relacionados à Covid-19, mas também com a análise de dados de mortalidade materna como um todo, incluindo aspectos como a malformação fetal e prematuridade, entre outros.
Uma das iniciativas neste sentido foi a realização de uma coletiva de imprensa para apresentar análises e dados relativos a mortes de gestantes e puérperas. Outra, a estruturação do site do projeto, amplamente alimentado com painéis, notícias e tutoriais, além de outras informações da iniciativa, como a repercussão gerada pelas pesquisas nas políticas públicas.
Para Agatha, o grupo conseguiu alcançar o objetivo de destacar outras frentes de trabalho ao longo do ano — percepção reforçada pela repercussão dos resultados e os diversos contatos recebidos de interessados em dados e análises da iniciativa.
Projeto faz parte do Grand Challenges Explorations – Brasil
O Observatório integra a segunda chamada do Grand Challenges Explorations – Brasil: Ciência de Dados para melhorar a saúde materno-infantil, saúde da mulher e da criança no Brasil, aberta em 2020. A PCDaS ainda apoia outros seis projetos vinculados à segunda chamada, totalizando sete parcerias desde 2021, além de também ter apoiado uma iniciativa da primeira chamada, aberta em 2018.
A chamada atual foi apoiada pela Fundação Bill & Melinda Gates; pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações; pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), e pelo Departamento de Ciência e Tecnologia da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde (Decit/SCTIE/MS).
Atualmente, os integrantes do OOBr trabalham para concluir os produtos que serão entregues aos coordenadores da chamada. Um deles é o livro “Ciência de Dados Aplicada à Saúde Materno-Infantil”, que já está disponível no site do Observatório. O trabalho aborda as etapas de uma análise de dados na área da saúde materno-infantil, utilizando o software R como ferramenta.
“Nada disso seria possível sem a PCDaS”, diz Agatha. “Sem essa parceria, o OOBr não seria um projeto viável”. Além do acesso à infraestrutura e conjuntos de dados da Plataforma — que organiza e disponibiliza informações sobre natalidade, mortalidade e estrutura dos estabelecimentos de saúde no país, entre outros —, o Observatório ainda contou com o apoio da equipe de engenharia de dados, que colabora com o processo de ETL (sigla em inglês para Extrair, Transformar, Carregar) dos dados requisitados para a pesquisa.
“Sem a PCDaS, teria sido mais difícil e desafiador conseguir disponibilizar nossos painéis e análises”, acredita Aghata. “Os nossos computadores pessoais não comportariam as grandes bases de dados que temos analisado e por isso essa estrutura e parceria têm sido essenciais”.
Apesar de o vínculo com a segunda chamada do Grand Challenges Explorations estar em fase de encerramento, Agatha espera que o Observatório possa continuar suas atividades este ano. “É um de nossos pontos-chave neste momento: estudar como faremos para manter o projeto em 2023”.
Acompanhe os resultados e as novidades do Observatório Obstétrico acessando o site do projeto.