30/04/2024 . Novidade
O projeto de pesquisa Aleitamento materno no Brasil no modelo Matreci: Mapeamento, Tendência, Clusterização e Impacto, conhecido como Matreci e realizado entre 2021 e 2022, propôs avaliar as principais causas da mortalidade infantil evitável e suas associações com as taxas de amamentação no país.
A partir do mapeamento da implementação e evolução das iniciativas para a amamentação, a pesquisa buscou analisar como o aleitamento materno pode impactar a redução de mortes infantis evitáveis. Liderado pelo pesquisador Cristiano Boccolini (ICICT/Fiocruz), o Matreci contou com o apoio da Plataforma de Ciência de Dados aplicada à Saúde (PCDaS) ao longo de seu desenvolvimento.
Formação de tutoras favorece a cobertura de amamentação
Um dos aspectos que o Matreci buscou aprofundar foi o papel da atenção primária em saúde na redução da mortalidade infantil. Para isso, foi analisado o alcance da “Estratégia Amamenta e Alimenta Brasil” (EAAB). A iniciativa do Ministério da Saúde visa formar tutoras para qualificar o processo de trabalho dos profissionais da atenção básica e, assim, estimular a promoção do aleitamento materno.
Nesta análise, a equipe do Matreci descobriu que, até 2020, apenas 20 cidades brasileiras (0,35% de todos os municípios do país) conseguiram certificar pelo menos uma unidade de saúde no âmbito da EAAB. O projeto conseguiu avaliar, entretanto, que existe uma boa correlação entre a formação de tutoras pela iniciativa e a cobertura de amamentação.
Ao longo do trabalho, a equipe produziu um banco de dados que mapeia todas as ações, estratégias e iniciativas federais que apoiam o aleitamento materno. Entre elas, estão a EAAB, a Iniciativa do Hospital Amigo da Criança, os Bancos de Leite Humano, entre outras.
Além disso, foi desenvolvido um painel virtual que compila dados e indicadores sobre internações, doenças e mortalidade.
Projeto fez parte do “Grand Challenges Explorations”
O Matreci integrou a segunda chamada do Grand Challenges Explorations – Brasil: Ciência de Dados para melhorar a saúde materno-infantil, saúde da mulher e da criança no Brasil, aberta em 2020. Cristiano já havia liderado um projeto na primeira chamada voltada a pesquisadores brasileiros, realizada em 2018.
Batizado de BASIS (Breastfeeding Information System), o projeto avaliava o impacto de intervenções hospitalares de aleitamento materno na saúde infantil. Assim como o Matreci, o BASIS teve suporte e apoio da PCDaS.
Cristiano descreve as parcerias como uma “via de mão dupla” — como, de fato, costumam ser as colaborações entre projetos de pesquisa e a Plataforma. “Ao longo do desenvolvimento do Matreci, por exemplo, nosso grupo de pesquisa e a PCDaS trabalharam de forma harmoniosa. Por um lado, a estrutura e a organização dos dados que a Plataforma oferece foi de fundamental importância para organizarmos nosso trabalho”, explica Cristiano. “E, por outro lado, a extração, transformação, carregamento e análise dos dados serviu de subsídio para a PCDaS melhorar os seus processos”.
Legado do BASIS contribuiu para o desenvolvimento de outros projetos
Esta dinâmica, observada ao longo da segunda chamada do Grand Challenges Explorations (GCE), foi, na realidade, um legado do BASIS. “O desenvolvimento do BASIS foi conjunto e possibilitou um grande crescimento e aprimoramento da PCDaS”, explica Rebecca Salles, cientista de dados da PCDaS.
Responsável pela intermediação entre a PCDaS e os projetos parceiros do GCE, Rebecca explica que o suporte ao BASIS possibilitou a capacitação de uma equipe técnica de referência na área de Ciência de Dados e o desenvolvimento de uma infraestrutura tecnológica para atender às necessidades do projeto. “Nós identificamos, coletamos, armazenamos e indexamos as principais bases de informações que eram interessantes para linha de pesquisa do BASIS”, explica. “Posteriormente, na segunda chamada do GCE, esse procedimento foi aplicado para os sete projetos parceiros da Plataforma, entre eles o Matreci. Foi um aprendizado importante, fruto da parceria com o BASIS, que deixou um legado”.
Para saber mais sobre estes e outros resultados, acesse as redes sociais do Observatório de Saúde na Infância – Observa Infância (Twitter | Youtube)
30/04/2024 . Novidade
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