Projeto de pesquisa e desenvolvimento tecnológico

Acessibilidade Geográfica a Serviços de Saúde no Brasil


Descrição

A localização e o tempo para acessar os serviços são determinantes para diversos tipos de cuidados como atenção ao parto, à traumas e à problemas cardíacos.  Esse projeto visa criar cenários a respeito do deslocamento populacional em busca de atendimento avaliando a relação entre a distância e o tempo de viagem até a unidade especifica de acordo com a intervenção de saúde analisada.

O objetivo geral é analisar a acessibilidade geográfica a serviços de saúde no Brasil em sua diversidade e desigualdade, caracterizando vazios assistenciais de vários tipos, além de abordar as repercussões para o planejamento em saúde. Mais especificamente pretende-se: compreender o estado da arte da pesquisa sobre acessibilidade geográfica a serviços de saúde; desenvolver análises sobre a acessibilidade geográfica a estabelecimentos de saúde, articulando a distribuição espacial da população, vias e modais de deslocamento, uso da terra, características do relevo e capacidade dos estabelecimentos; debater as repercussões dos resultados no contexto do planejamento em saúde a partir de uma oficina; e, constituir aplicativo web que permita a disponibilização dos resultados dos estudos realizados e embase outras análises.

O projeto é apoiado pelo edital “Fiocruz Inova: Geração de Conhecimento - Novos Talentos” (2018), da Fundação Oswaldo Cruz.

População

As informações populacionais são provenientes do Censo Demográfico 2010, com distribuição espacial da população obtida através da Grade Estatística do mesmo processo censitário: http://mapasinterativos.ibge.gov.br/grade/default.html . A resolução original do grid é de 200 metros para as áreas urbanas e 1 quilômetro para as áreas rurais, porém estas últimas foram reconstruídas para também serem de 200 metros.

Vias de circulação e Uso da Terra

As informações sobre as vias de circulação e dos usos da terra derivam da base do Open Street Map (https://www.openstreetmap.org/), dos arquivos gis.osm_roads_free_1 and gis.osm_waterways_free_1 no primeiro caso e gis.osm_landuse_a_free_1. Foram definidas velocidades de circulação nas vias e usos da terra considerados, variando de 80 km/h nas principais rodovias e 5 km/h nas vias de pedestres. Para circulação em rios e canais foi considerada a velocidade de 20 km/h. Já a circulação fora de vias, foi classificada como 1 km/h em todas as classes de uso do solo.

Modelo Digital de Elevação

O modelo foi gerado a partir de dados provenientes do Shuttle Radar Topography Mission da National Aerospace Agency (NASA): https://earthdata.nasa.gov/eosdis/daacs/lpdaac.

Estabelecimentos de Saúde

Informações são provenientes do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES): http://www2.datasus.gov.br/DATASUS/index.php?area=0204&id=6906, já com latitudes e longitudes na maior parte. Em algumas situações é necessário revisá-las ou mesmo encontra-los através de aplicativos de mapas disponíveis.

O preparo das informações para as análises envolveu a projeção equivalente de Albers, com os mesmos parâmetros utilizados para a Grade Estatística IBGE: Meridiano Central: -54º; Latitude de Origem: -12º; 1º Paralelo Padrão: -2º; 2º Paralelo Padrão: -22º; Origem Leste: 5.000.000, Origem Norte: 10.000.000.

Cálculo das distâncias e tempos de deslocamento até os estabelecimentos de saúde

A partir das informações acima destacadas são calculadas as distâncias e tempos de deslocamento até os estabelecimentos de saúde usando o software ACCESMOD 5, disseminado gratuitamente pela Organização Mundial da Saúde. O software gera áreas de cobertura relacionadas aos tempos de deslocamento a partir das camadas de informações, com base no algoritmo de menor custo de deslcoamento de Dijkstra (Ray e Ebener, 2008).

Objetivos do Projeto com a Plataforma de Ciência de Dados aplicada à Saúde (PCDaS/Icict)

  • Construir metodologia de análise da acessibilidade geográfica aos serviços de saúde, que permita integrar as diversas questões inerentes à relação entre as distribuições espaciais da população e dos estabelecimentos de saúde, incluindo também a própria capacidade dos estabelecimentos;
  • Explorar formas de visualização das informações produzidas no projeto.

Referências


Equipe Projeto

Ricardo Antunes Dantas de Oliveira ICICT/Fiocruz
Diego Ricardo Xavier Silva ICICT/Fiocruz
José Carvalho de Noronha ICICT/Fiocruz
Maurício Gonçalves e Silva IBGE

Equipe PCDaS

Balthazar Paixão
Carlos Cardoso
Igor Morais
Sérgio Cruz

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