23/11/2021 . Notícia
No dia 8 de março, um grupo de pessoas interessadas em análise e ciência de dados se reuniu para celebrar o Open Data Day 2024 — o dia mundial dos dados abertos. Realizado Auditório A do Instituto Philippe Pinel e no Laboratório Barbara Starfield do Otics-Rio IMPP, no Rio de Janeiro, o evento foi organizado por uma parceria entre a Plataforma de Ciência de Dados aplicada à Saúde (PCDaS/Icict/Fiocruz) com a Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro (SMS Rio).
O foco das atividades foi a exploração dos dados do Sistema de Regulação (SISREG), que contém diversas informações sobre regulação ambulatorial geridas pela Prefeitura do Rio de Janeiro, como evolução da oferta de vagas, solicitações e tempo de espera.
Dados abertos e saúde pública: potências e sinergias
Ariane Alves, líder de Comunicação e Front-end da PCDaS, foi responsável pela abertura do evento, explicando aos participantes a origem do Open Data Day, e compartilhou o que motiva a comunidade de interessados na abertura de dados públicos a se reunirem há 14 anos em várias cidades pelo mundo para reforçar a relevância do tema. “O debate sobre o tema segue avançando. Temos muito para conquistar, mas o fato de estarmos hoje reunidos para analisar bases de dados da saúde municipal é motivo mais que suficiente para comemorar”, afirmou.
Em seguida, Marcel Pedroso, coordenador da PCDaS, apresentou a Plataforma e compartilhou desde os motivos que levaram a sua criação — a falta de unificação do processo de extração, tratamento e carga dos dados que era feita separadamente por vários pesquisadores na Fiocruz — até os últimos resultados atingidos com parcerias e aprimoramento das tecnologias utilizadas, assegurando que o serviço prestado e as bases de dados oferecidas estejam o mais atualizado possível. “A PCDaS é, hoje, uma ferramenta muito útil aos pesquisadores de saúde pública no Brasil. Oferecemos gratuitamente as principais bases de dados da área já com um tratamento que facilita o uso e elimina várias barreiras enfrentadas por profissionais que não são da área de ciência de dados”, explicou Marcel. “Aos parceiros, prestamos um serviço personalizado que prioriza o tratamento das bases mais importantes para cada equipe, além de fornecer capacitações que dão autonomia para que sigam aprimorando os resultados de maneira perene”, completa.
Ariane e Marcel são embaixadores de Inovação Cívica da Open Knowledge Brasil, e têm como missão impulsionar eventos e atividades que levem a comunidade interessada a aprender e compartilhar experiências sobre o uso da tecnologia para aprimorar a participação social.
Finalizando a abertura, Fernanda Adães Britto, Subsecretária Geral da SMS Rio, apresentou alguns destaques do portal da Secretaria e detalhou o tema da regulação ambulatorial na atenção primária.
Fernanda abordou iniciativas que usam a tecnologia como aliada do dia a dia dos cidadãos cariocas, como a ferramenta Onde Ser Atendido e o aplicativo minhasaude.rio, que reúne funcionalidades como agendamento de consultas, pedidos de exames e receitas. “O conceito do site Onde Ser Atendido foi pioneiro na geolocalização de estabelecimentos de saúde, tendo inspirado ferramentas semelhantes em grandes cidades dentro e fora do Brasil”, ressaltou.
A Subsecretária também explorou a seção de Transparência do portal, dando destaque à prestação de contas da área de Contratos de Gestão, Convênios e Demais Parcerias Voluntárias do site. “Nossos dados são de livre acesso e estão a serviço da população carioca, das primeiras etapas do atendimento até o controle social”.
Em seguida, Fernanda detalhou o sistema de regulação ambulatorial gerido pela SMS, exibindo o histórico, apontando os principais desafios enfrentados e ressaltando os avanços obtidos em resultados como a diminuição do tempo de espera em procedimentos como exames de raio-x e cirurgias de catarata. “Reduzimos em muitos meses a média de espera pelo atendimento em várias categorias importantes. Este avanço é percebido diretamente pela população”, explicou.
Apresentação e detalhamento das atividades
Para apresentar as atividades propostas para o dia, Juliana Paranhos e Matheus Miloski guiaram o público presente pelo manual do participante, que trazia o fluxo da rede de saúde da cidade do Rio de Janeiro e explicava o papel do Sistema de Regulação (SISREG) como ferramenta para encaminhamento de solicitações de atendimentos especializados para média e baixa complexidade. Ambos integram a equipe de dados da SMS-Rio, e Miloski também faz parte da equipe de análise visual e mineração de dados da PCDaS.
As atividades foram divididas por áreas de atuação. As mais livres e introdutórias, que exploravam os dados do SISREG, pertenciam à análise de dados, e as intermediárias, envolvendo processos de extração, transformação e carregamento, à área de engenharia de dados. Para os participantes mais experientes, foi proposto um desafio de classificação de dados utilizando técnicas de aprendizado de máquina.
Compartilhando conhecimentos
Na parte da tarde, os participantes foram ao laboratório de informática e se dividiram em grupos para acessar as bases de dados e exercitar suas habilidades. Ao longo de quatro horas, cidadãos cariocas se dedicaram a olhar com atenção os dados abertos de seu município, contando com apoio de membros da Secretaria de Saúde e da PCDaS para sanar dúvidas e contextualizar informações importantes.
Ao final do dia de atividades, os grupos voltaram ao Auditório para apresentar os resultados obtidos. Muitos relataram a necessidade de mais tempo para desenvolver melhor as análises, consequência bem comum neste formato de evento. Mesmo assim, todos conseguiram criar bons recortes a partir das bases disponíveis, agregando seus repertórios de atuação profissional ou de pesquisa acadêmica.
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