Notícia 24/10/2022

Eu, Pesquisador: Jefferson da Costa Lima

Saiba mais sobre a tese do coordenador técnico da PCDaS

  • Nelson Niero Neto

Quais são os principais desafios atuais para a adoção de Inteligência Artificial (IA) no SUS? Haveria impactos na oferta e no acesso aos serviços de saúde? E como garantir que essa adoção contribua para a redução das iniquidades sociais? Estas foram algumas perguntas que guiaram a tese de doutorado do coordenador técnico da Plataforma de Ciência de Dados aplicada à Saúde (PCDaS), Jefferson da Costa Lima, defendida e aprovada no final de julho deste ano.

Com um olhar especial para as questões éticas, técnicas e regulatórias envolvidas, e levando em consideração o princípio fundamental da Equidade no SUS, Jefferson determinou que a questão central para a pesquisa seria a identificação dos requisitos que poderiam contribuir — a partir da adoção da IA — para um ambiente de desenvolvimento mais justo, ético e não discriminatório.

Intitulado Desafios para a adoção de Inteligência Artificial pelo Sistema Único de Saúde (SUS): ética, transparência e interpretabilidade, sob coordenação de Marcel Pedroso e co-orientação de Christovam Barcellos, o doutorado foi parte do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Informação e Comunicação em Saúde (PPGICS/ICICT/Fiocruz). 

“Minha escolha pelo programa tem relação com a sua longa experiência na relação entre os campos da Saúde, Informação e Comunicação, fundamental para entender os possíveis impactos da IA no campo da Saúde”, explica Jefferson. 

Entretanto, também era importante um olhar aprofundado para as questões técnicas envolvidas e, nesse ponto, fazer parte da PCDaS foi decisivo para Jefferson. “Não apenas pelos recursos computacionais e bases de dados disponíveis, mas especialmente por sua equipe técnica, altamente qualificada, e pelas parcerias firmadas”.

Entre essas parcerias, Jefferson destaca a comunidade que está se formando em torno da PCDaS — composta pelo LNCC (Laboratório Nacional de Computação Científica), pelo CEFET-RJ (Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca), pela USP (Universidade de São Paulo), e pela Harvard University, nos Estados Unidos, entre outras instituições. “Ter acesso a essa comunidade foi fundamental para o amadurecimento da discussão em torno das questões técnicas envolvidas no campo da IA”, destaca.

Ao olhar os próximos passos desta área de pesquisa tão importante para a saúde brasileira, Jefferson analisa que, dada a crescente adoção de IA no campo da saúde e toda a complexidade envolvida, será fundamental reunir profissionais e saberes dos mais diversos campos de pesquisa. 

“Ao longo do desenvolvimento da tese, estar em contato constante com os pesquisadores do PPGICS e da PCDaS permitiu um olhar mais amplo para compreender os desafios envolvidos”, diz. “A partir das discussões dentro desta comunidade, tornou-se possível demonstrar que as soluções para o uso ético de IA não se limitam a técnicas mais complexas ou sofisticadas, apesar de seu papel central. Em resumo, destaca-se que o uso ético da IA passa pela compreensão das forças que interagem e moldam a construção e a aplicação dos resultados obtidos”.


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